Açoriano Oriental
Cinco em 10 jovens adultos têm interesse pela política

Estudo do Observatório da Juventude revela que 39,1% dos açorianos entre os 18 e os 30 anos manifestam algum interesse pela política e 8,5% muito interesse. Já entre os adolescentes só 33,9% dos inquiridos tem algum ou muito interesse

Cinco em 10 jovens adultos têm interesse pela política

Autor: Paula Gouveia

Apenas cinco em cada 10 jovens adultos manifestam algum ou muito interesse pela política.

A conclusão pode ser retirada do estudo desenvolvido pelo Observatório da Juventude dos Açores, a pedido da Secretaria Regional da Juventude, Habitação e Emprego, através da Direção Regional da Juventude, e que é hoje apresentado no II Seminário DemocraciAZ, em Ponta Delgada.

Para a realização do estudo, foram inquiridos 1170 jovens (579 na faixa etária entre os 12 e os 17 anos e 591 jovens com idades entre os 18 e os 30 anos). E, de acordo com a informação disponibilizada pelo gabinete da secretária regional da Juventude, Habitação e Emprego, cerca de 39,1% dos jovens entre os 18 e 30 anos que responderam ao questionário manifestaram algum interesse pela política, a que acresce 8,5% de inquiridos com muito interesse. Já os jovens entre os 12 e 17 anos que responderam do mesmo modo ficaram-se pelos 33,9% (29,2% têm algum interesse e 4,7% muito interesse),  o que para o executivo açoriano significa que o interesse pela vida política aumenta com o aumento da idade dos jovens açorianos.

Segundo a mesma fonte, dos jovens que expressam ter muito interesse pela política, 54,9% (12 aos 17 anos) e 40% (18 aos 30 anos) expressam algum grau de satisfação positiva com o funcionamento da democracia no país, o que revela que, “quanto maior o interesse pela política, maior a tendência para expressar satisfação com o funcionamento da democracia”, salienta a tutela.

Sobre a intenção de votar, 62,9% dos jovens inquiridos na faixa etária dos 12 aos 17 anos assumiu disponibilidade para votar quando tiver idade para votar, enquanto 27,8% estão indecisos ou não respondem à questão, sendo que 9,4% dos jovens assumem não ter mesmo qualquer intenção de participar na escolha dos representantes políticos.

No grupo etário dos 18 aos 30 anos, mais de metade dos inquiridos (53,5%) refere ter votado nas Eleições Legislativas Nacionais em 2022; e 17,6% não tinha idade para votar ou não estava recenseados. Ora, para o governo regional, “considerando que a abstenção geral nos Açores nas eleições legislativas de 2022 foi de cerca de 63,3%, podemos inferir, por este estudo, que a taxa de abstenção jovem nessas eleições foi inferior à abstenção geral”.

Quase dois terços dos jovens sem prática associativa
No associativismo, destaca-se o elevado número de jovens sem qualquer prática associativa: cerca de metade dos jovens com idades entre os 12 e os 17 anos (48,9%) e quase dois terços dos jovens na faixa etária dos 18-30 anos (64,6%) não pertencem a nenhuma associação.

O associativismo desportivo apresenta maior expressão nos dois grupos etários, embora de forma mais expressiva na faixa etária mais jovem: 33,5% dos jovens entre os 12 e os 17 anos e 14,4% dos jovens na faixa etária dos 18-30 anos indicou pertencer a associações desportivas.

No grupo de jovens entre os 12 e 17 anos, as formas de associativismo que têm maior adesão, a seguir às de caráter desportivo, são as associações religiosas (16,4%), o escutismo (9,8%) e os grupos musicais/ bandas filarmónicas (8,9%). No caso dos mais velhos (18-30 anos), o tipo de associativismo que surge depois do associativismo desportivo, é o ligado à música (grupos musicais, bandas filarmónicas com 9,4%); os grupos de natureza cultural, artística ou de lazer (7,7%); os partidos políticos e os grupos religiosos (ambos com 6,7%).

A secretária regional da Juventude, Habitação e Emprego, Maria João Carreiro, considera que este estudo é essencial para a definição do DemocraciAZ – Plano Regional para a Literacia e Participação Democrática Jovem: “as conclusões do estudo desenvolvido pelo Observatório da Juventude dos Açores vão servir como referencial para a definição dos objetivos operacionais do DemocraciAZ, a par de outros contributos, como os das entidades públicas, da sociedade civil, incluindo a comunicação social, e dos próprios jovens e das suas associações representativas”.
Está a decorrer hoje, entre as 10h00 e as 16h30, no Forte de São Brás, o II Seminário DemocraciAZ com o tema “Educação e Literacia Mediática”, onde estará em discussão o combate às fake news, o papel dos media na educação mediática, e ainda inteligência artificial e hábitos de segurança e higiene digital.


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