Açoriano Oriental
Literatura
Poesia açoriana selecionada em antologia nacional de poetas contemporâneos
A Chiado Editora lançou recentemente uma antologia de poetas contemporâneos, intitulada "Entre o Sono e o Sonho", onde foram incluídos poemas de Aníbal Raposo, Sara Almeida Santos e Félix Rodrigues, três nomes sonantes do universo poético açoriano.

Autor: Isidro Fagundes

Sara Almeida Santos nasceu a 2 de Setembro de 1982, em Lisboa, onde se licenciou em Ciências da Comunicação, em 2004. No mesmo ano, começou a sua actividade profissional como jornalista em São Miguel, terra que passou a chamar sua, desde então. À questão "qual é a principal temática da sua obra?", Sara Santos responde simplesmente "É o Amor." Justifica-o dizendo que "o amor é fundamental a todos nós e é sempre um tema inspirador, para o bem e para o mal, na dor e na alegria, o amor é sempre inspirador." Para Sara Santos, é fácil identificar os traços distintivos da poesia açoriana. "Eu penso que a poesia açoriana é muito mais marcada pela natureza, ou seja, tem sempre algum tipo de ligação ao meio ambiente, às coisas que não são feitas pelo Homem. Há sempre metáforas e analogias entre o Homem e a própria natureza".  A poetisa mostra-se verdadeiramente optimista no que diz respeito ao panorama da poesia açoriana - "estamos a viver um período muito bom a nível literário, tanto a nível regional como a nível nacional". Félix Rodrigues é outro dos poetas açorianos incluídos na antologia. Licenciado em Física pela Universidade de Lisboa e Doutorado em Poluição Atmosférica pela Universidade dos Açores, publica numa base semanal, num jornal local, uma página que pretende fundir as temáticas ambientais com a poesia. Esta relação improvável entre o mundo racional e objectivo da ciência e o universo intimista e subjectivo da poesia é facilmente explicada por Félix: "A poesia é uma forma de sentir o mundo, a ciência uma forma de interpretá-lo, a tecnologia a ferramenta para domá-lo. Penso ser difícil tentar interpretar o mundo sem o sentir, e mais ainda, domá-lo sem o entender." As alterações climáticas e a destruição do ambiente são motivos de grande inquietação para o poeta. Como nos explicou, a sua obra centra-se nestas questões "porque o mundo entrou em crise ambiental. Porque o futuro dos meus filhos e netos, reais ou virtuais, depende daquilo que eu sou capaz de fazer hoje. Porque acredito que toda a gente é capaz de ver o que vejo e de sentir o que sinto. Porque entendo que o futuro da humanidade só existe com um desenvolvimento sustentável. Nesse contexto, sou impelido a partilhar o que sinto e o que vejo". Aos jovens açorianos que se interessam pela escrita poética, Félix Rodrigues pede que "Sintam, escrevam, partilhem!" "Assumir que se escreve poesia é arcar com a responsabilidade de um homem livre", declara. O Açoriano Oriental Online tentou contactar Aníbal Raposo, o que até ao fecho desta edição se revelou infrutífero.

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