Autor: Ana Carvalho Melo
“Na reunião realizada em Ponta Delgada, a Federação analisou o valor das dívidas dos fornecedores para com as associações, que atualmente ultrapassa as centenas de milhares de euros, o que está a estrangular financeiramente as instituições, já de si com uma situação débil, resultando em atrasos sucessivos nos investimentos urgentes e necessários para os corpos de bombeiros”, declara a Federação de Bombeiros em nota enviada à comunicação social, realçando que 60% do valor em dívida resulta de atrasos de pagamentos das unidades hospitalares e do Fundo de Coesão.
A direção da Federação de Bombeiros da Região Autónoma dos Açores, que se reuniu no sábado para discutir o futuro do setor, destaca ainda que outra preocupação está relacionada com o modelo de financiamento necessário a implementar na Região, que tem sido trabalhado ao longo dos últimos meses para implementação até ao final de 2024.
“O setor necessita de todos, e para isso é necessário previsibilidade e tranquilidade, nunca deixando de lutar por um setor melhor e com maior qualidade’, foi o repto deixado pela direção da Federação num encontro mantido com o secretário regional do Ambiente e Ação Climática, que tutela a Proteção Civil dos Açores, bem como com o presidente do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores, numa segunda reunião realizada pela Direção agora em Vila Franca do Campo”, é destacado.
Outra preocupação analisada
pelos responsáveis da Federação foi a massa salarial dos bombeiros na
Região e as receitas necessárias para atualizá-la.
Ainda nesta reunião, foi analisada a comunicação do SNBP/ANBP sobre uma eventual greve no setor.
“O
apelo que a Federação faz a todos os bombeiros é de bom senso, para que
se permita às associações tempo para implementar todas as metodologias
de financiamento e, posteriormente, iniciar negociações com o setor para
aumentos salariais”, apelando ainda: “Uma greve no atual contexto
colocaria as associações numa situação ainda mais complicada em termos
financeiros, resultando no incumprimento de contratos e nas respetivas
indemnizações, que seriam pagas na íntegra pelas associações
humanitárias”.