Açoriano Oriental
Farmacêutica Ana Paula Martins chega a ministra da Saúde aos 58 anos

Ana Paula Martins, que exerceu o cargo de bastonária da Ordem dos Farmacêutico e presidiu durante um ano ao Hospital Santa Maria, em Lisboa, é a nova ministra da Saúde do Governo liderado por Luís Montenegro.


Autor: Lusa /AO Online

Nascida a 04 de novembro de 1965, Ana Paula Martins sucede a Manuel Pizarro num dos ministérios mais importantes do Governo, mas também um dos mais difíceis, com a crise que o Serviço Nacional de Saúde tem vivido devido à falta de profissionais de saúde e com greves de médicos, enfermeiros, técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica e farmacêuticos.

Os sindicatos representativos dos médicos já anunciaram que vão exigir o retomar das negociações para melhorar as condições de trabalho, os salários e a contratação de mais profissionais.

A nova ministra da Saúde é licenciada em Ciências Farmacêuticas pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa em 1990 e tem um mestrado em Epidemiologia pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, e doutoramento em Farmácia Clínica.

Durante mais de 20 anos foi professora auxiliar da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, dirigiu o Centro de Estudos de Farmacoepidemiologia da Associação Nacional de Farmácia entre 1994 e 2006 e desempenhou o cargo de bastonária da Ordem dos Farmacêuticos entre 2016 e 2021.

Na carreira política, ocupou o cargo de vice-presidente do PSD de dezembro de 2021 a maio de 2022 e foi eleita deputada na Assembleia da República pela AD para a XVI Legislatura

O último cargo que ocupou foi de presidente do conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN), atual Unidade Local de Saúde (ULS) Santa Maria, que assumiu em 01 de fevereiro de 2023 e que deixou um ano depois.

Ana Paula Martins foi nomeada para presidente do CHULN pelo diretor executivo do SNS, Fernando Araújo.

Na altura, Ana Paula Martins disse que pediu a demissão do cargo "após profunda reflexão pessoal", por entender que o seu mandato se esgotava “com a extinção do Centro Hospitalar de Lisboa Norte e a criação da ULS [Unidade de Saúde Local]”, no âmbito da reforma liderada pelo diretor-executivo do SNS.

O CHULN acrescentou, em comunicado, que "Ana Paula Martins nega categoricamente que na base desta decisão esteja qualquer discordância em relação à Direção Executiva do SNS, a quem agradece toda a cooperação institucional durante o seu mandato”.

Natural da Guiné-Bissau, nacionalidade portuguesa, Ana Paula Martins é casada com Alberto Manuel Silvestre Correia e tem dois filhos.

Em 05 de abril de 2019, foi distinguida com a Medalha de Serviços Distintos – Grau Ouro, atribuída pelo Ministério da Saúde no âmbito da cerimónia comemorativa do Dia Mundial da Saúde.

A farmacêutica assumiu a distinção como “um reconhecimento do trabalho desenvolvido pelos farmacêuticos em prol da saúde dos portugueses, em todos os seus diferentes espetros profissionais”.

A proposta de nomeação de Ana Paula Martins consta de uma nota no portal da Presidência da República, divulgada após o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, ter aceitado a lista de ministros do XXIV Governo Constitucional entregue pelo primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro.

O primeiro-ministro Luís Montenegro e os ministros do XXIV Governo Constitucional tomam posse na terça-feira e os secretários de Estado dois dias depois, estando o debate do programa de Governo marcado para 11 e 12 de abril.


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