Açoriano Oriental
Cotrim Figueiredo avisa que PR menos respeitado terá dificuldade em ser fiel do regime

O candidato às eleições europeias da IL criticou hoje as apreciações “absolutamente inaceitáveis” de Marcelo Rebelo de Sousa, avisando que, quanto “mais fraco” e menos respeitado for o Presidente da República, mais dificuldade terá em ser fiel do regime.

Cotrim Figueiredo avisa que PR menos respeitado terá dificuldade em ser fiel do regime

Autor: Lusa /AO Online

João Cotrim Figueiredo, antigo presidente da IL e cabeça de lista do partido às próximas europeias, fez esta noite, num jantar comício em Almada, Setúbal, um discurso muito crítico das declarações do Presidente da República que marcaram esta semana, considerando que é uma instituição que “não tem estado particularmente brilhante”.

“Vocês não acham que as apreciações étnicas ou sociológicas de outros titulares de cargos públicos, presentes ou passados, são absolutamente inaceitáveis? Vocês não acham que as tentativas desastradas de fazer uma espécie de reinterpretação criativa da história enfraquece a instituição da Presidência da República, enfraquecem a democracia e fragilizam a liberdade?”, questionou, para dizer de imediato que “a resposta é sim”.

Na opinião do liberal, “é absolutamente inadmissível” que situações destas possam acontecer porque resultam no “consecutivo enfraquecimento das instituições” de que os portugueses dependem todos os dias, como é um “sistema de Justiça eficaz” ou a Presidência da República.

“O Presidente da República, enquanto fiel do regime que, quanto mais fraco for, quanto menos respeitado for, quanto menos ouvido for, menos poderá fazer pelo tal equilíbrio do sistema que nos tem feito viver em democracia, em liberdade, com pleno usufruto dos direitos e garantias que a constituição nos confere”, avisou.

Cotrim Figueiredo tinha começado por considerar que a liberdade se defende também quando se protege a dignidade das instituições do sistema democrático.

“Sem instituições democráticas fortes não temos uma democracia forte, não temos liberdades e direitos das pessoas devidamente assegurados”, considerou.

O primeiro exemplo que o antigo líder liberal deu foi sobre a sugestão do presidente da Assembleia da República de chamar ao parlamento a Procuradora-Geral da República para dar explicações.

“Pode fazer sentido, eu também gostava de muito maior escrutínio relativamente à atividade do Ministério Público, mas esta chamada à Assembleia da República está perigosamente perto da sujeição do poder judicial ao poder político e isso um liberal nunca pode aceitar”, criticou.



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