Açoriano Oriental
Barómetro da sociedade

A propósito das eleições regionais, o AO fez quatro perguntas a várias personalidades da Região. O convidado desta quinta-feira é o escritor Nuno Costa Santos

Barómetro da sociedade

Autor: AO Online

Tem acompanhado este período eleitoral nos Açores?

Tenho. Acabei há um tempo de ver uma série e estava a precisar de ver outra. A primeira temporada não está a ser extraordinária. Em todo o caso, é interessante notar que alguns personagens, que conhecemos de séries antigas, se apresentam agora com novas facetas, outrora ocultadas. Os argumentistas quiseram, por exemplo, que José Manuel Bolieiro surgisse em registo inflamado e mandão e que Vasco Cordeiro aparecesse em modo sereno “presidente de confiança”. Uma segunda temporada, mais imprevisível, com mais ação e novas relações, algumas delas certamente perigosas, vai começar no dia a seguinte às eleições.

Que opinião tem sobre a atual situação?

É como o tempo dos Açores: embora haja informação por parte dos meteorologistas, está um pouco imprevisível. Nota-se que paira, entre alguns concorrentes eleitorais, o anseio de que haja uma espécie de efeito Rabo de Peixe: que venha ter à costa uma série de boletins de voto com uma cruzinha no seu partido. Não deverá ser possível.

Quem gostaria que vencesse as eleições?

Não caio em armadilhas que me tramem o futuro. O melhor é estar calado por agora para não inviabilizar convites depois de domingo. O mais sensato é sucumbir à tentação de miss universo de dizer “a paz, a felicidade e o amor”. Descendo ao concreto. Seria bom que pessoas como a Paula Decq Mota, que acreditam, com genuinidade e verdade, nas suas causas, fossem eleitas. Gostava também que o parlamento regional, cada vez mais sisudo, crispado e refilão, tivesse mais sentido de humor. Não há civilização sem humor.

Qual deve ser a prioridade da governação?

Há, é óbvio, áreas em que o governo deve intervir numa região como a nossa. Na educação e na cultura, por exemplo. Sugiro que, no caso da educação, se estudem os melhores modelos, com os melhores resultados, os mais exigentes (isto só vai lá com exigência) e criativos, para depois aplicá-los no caso concreto e único das nossas ilhas. Correndo o risco de parecer que o meu discurso foi escrito por um assessor estagiário (se calhar foi, para gerar emprego), digo que a prioridade da governação deve ser ajudar a edificar uma região melhor, mais justa para os seus cidadãos, mais próspera economicamente, em articulação com uma comunidade com iniciativa e sentido de risco. Se isso não for possível, ao menos que não se façam grandes asneiras.

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