Açoriano Oriental
Barómetro da sociedade
"Deem aos jovens o futuro que a minha geração não teve", apela Vamberto Freitas

A propósito das eleições regionais, o AO fez quatro perguntas a várias personalidades da Região. Esta terça-feira o convidado é o escritor Vamberto Freitas

"Deem aos jovens o futuro que a minha geração não teve", apela Vamberto Freitas

Autor: AO Online

Tem acompanhado este período eleitoral?

Tenho, e com muita atenção. A política e o rumo futurista da minha comunidade imediata e de vivência quotidiana – regional e nacional – é-me sempre de maior importância. Leio os jornais de várias ilhas, ouço as nossas rádios, vejo e ouço a nossa televisão. Fascina-me uma pequena região a meio mar cujo sistema parlamentar é absolutamente diversificado, em termos democráticos, e ter neste momento 10 “associações” ou partidos políticos a disputarem o poder de decisão em tudo que diz respeito ao nosso futuro. 

Que opinião tem sobre a atual situação política?

A mesma que sobre o resto do país. A normalidade na anormalidade democrática do nosso mundo atual. A mais pobre região de Portugal e da Europa a tentar sair do seu labirinto histórico. Acho que tinha sido desnecessário provocar uma crise pública momentânea. Todos os nossos partidos políticos perseguem as suas ambições de poder, nem sempre claras, e muito menos, em certos casos, com a preocupação da coletividade em mente. Mas que seja, e os eleitores irão decidir brevemente da sua sorte.

Quem gostaria que vencesse as eleições?

Gostava que vencesse um partido que defende quatro dos meus ideais como democrata: saúde pública de qualidade e igual para todos, salários e pensões decentes e justas para todos, educação formal para quem a deseja ou ambiciona, sem qualquer discriminação quanto a possibilidades financeiras de pais, e a segurança em ruas cada vez mais perigosas e incertas. Só isso. O resto virá por acréscimo.

Qual deve ser a prioridade da governação?

Deem aos jovens o futuro que a minha geração não teve. Trinta por cento dos jovens bem formados a nível superior nacional tiveram de emigrar só no ano passado, depois de termos financiado a sua a sua formação superior em grandes e pequenas universidades e institutos técnicos. O resto caberá aos economistas no país com consciência cívica, com a consciência do bem comum. Tenhamos vergonha destas e de muitas outras estatísticas.

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