Autor: AO Online
Tem acompanhado este período eleitoral?
Tenho, e com muita atenção. A
política e o rumo futurista da minha comunidade imediata e de vivência
quotidiana – regional e nacional – é-me sempre de maior importância.
Leio os jornais de várias ilhas, ouço as nossas rádios, vejo e ouço a
nossa televisão. Fascina-me uma pequena região a meio mar cujo sistema
parlamentar é absolutamente diversificado, em termos democráticos, e ter
neste momento 10 “associações” ou partidos políticos a disputarem o
poder de decisão em tudo que diz respeito ao nosso futuro.
Que opinião tem sobre a atual situação política?
A
mesma que sobre o resto do país. A normalidade na anormalidade
democrática do nosso mundo atual. A mais pobre região de Portugal e da
Europa a tentar sair do seu labirinto histórico. Acho que tinha sido
desnecessário provocar uma crise pública momentânea. Todos os nossos
partidos políticos perseguem as suas ambições de poder, nem sempre
claras, e muito menos, em certos casos, com a preocupação da
coletividade em mente. Mas que seja, e os eleitores irão decidir
brevemente da sua sorte.
Quem gostaria que vencesse as eleições?
Gostava
que vencesse um partido que defende quatro dos meus ideais como
democrata: saúde pública de qualidade e igual para todos, salários e
pensões decentes e justas para todos, educação formal para quem a deseja
ou ambiciona, sem qualquer discriminação quanto a possibilidades
financeiras de pais, e a segurança em ruas cada vez mais perigosas e
incertas. Só isso. O resto virá por acréscimo.
Qual deve ser a prioridade da governação?
Deem aos jovens o futuro que a minha geração não teve. Trinta por cento dos jovens bem formados a nível superior nacional tiveram de emigrar só no ano passado, depois de termos financiado a sua a sua formação superior em grandes e pequenas universidades e institutos técnicos. O resto caberá aos economistas no país com consciência cívica, com a consciência do bem comum. Tenhamos vergonha destas e de muitas outras estatísticas.