Açoriano Oriental
Alunos foram Conselheiros da Cidadania por um dia

Projeto da MyPolis, apoiado pela Câmara Municipal de Ponta Delgada, permitiu a três turmas da Secundária Domingos Rebelo apresentarem soluções para problemas que identificaram no concelho, desde saúde, educação, mobilidade e cidadania

Alunos foram Conselheiros da Cidadania por um dia

Autor: Nuno Martins Neves

Durante um dia, alunos de três turmas do 11.º ano da Escola Secundária Domingos Rebelo, em Ponta Delgada, foram “Conselheiros da Cidadania”, uma espécie de jogo em que os jovens experimentaram o que é a política.

O projeto, desenvolvido pela MyPolis e apoiado pela Câmara Municipal de Ponta Delgada, levou os estudantes a identificarem problemas no concelho, discutirem entre si possíveis soluções e depois apresentá-las aos colegas. Uma simulação do jogo político, com a criação de listas, programas eleitorais, campanhas e eleições, com o objetivo de aproximar jovens e política, dois mundos que por vezes parecem de costas voltadas.

Após a votação em urna, é aplicado o método D’Hondt para eleger Conselheiros, que assumem um papel informal de trabalho com a autarquia em desafios relacionados com a participação jovem ou outras áreas temáticas.

Entre os problemas identificados pelos estudantes da Domingos Rebeloestão questões de saúde, educação, cidadania e mobilidade. Por exemplo, a falta de um enfermeiro nas escolas ou a desadequação dos horários dos transportes terrestres coletivos com os horários das aulas. Entre as propostas, a criação de uma linha de apoio sobre saúde sexual ou a expansão de serviços de saúde mental, assim como o acesso a melhor educação, com o apoio de explicadores aos alunos mais desfavorecidos, foram alguns dos assuntos assinalados.

“Achei uma atividade diferente, dinâmica”, explica Júlia Melo, de 16 anos, aluna da turma do 11.ºJ e membro do Grupo Y. O trabalho de identificar os problemas foi desafiante, confessa, acreditando que projetos como estes podem aproximar os jovens da política.

“Dentro desse assunto, acho que não há nada para os jovens que possam participar de forma ativa na política de Ponta Delgada, dos jovens serem ativos e autónomos para terem uma relação mais próxima, por exemplo, da senhora vereadora Cristina Canto Tavares”.

Francisco Pavão (16 anos), do 11.º K, já costumava seguir com atenção a política, mas sente que o projeto Conselheiros da Cidadania “impulsionou um pouco a minha vontade de participar mais ativamente. Agora fiquei mais desperto e curioso”.

O estudante que integrou o Grupo W acredita que iniciativas destas são capazes de diminuir a distância dos jovens com assuntos de cidadania e política, tornando possível que “a nossa mensagem seja transmitida de uma melhor forma”.

Uma ideia partilhada por Tiago Gomes (16 anos): “É um problema muito alarmante, mas temos o dever que a nossa voz seja ouvida e esta iniciativa promove isso”.
O aluno do 11.º J e membro do Grupo U revelou à vontade na hora de fazer campanha pelas suas ideias e classificou da seguinte maneira a iniciativa: “Numa avaliação de 0 a 10, eu passava o 10. É uma iniciativa muito boa e se conseguissem fazer isto com mais pessoas e mais turmas aqui na escola, seria ainda melhor”.

Para Sara Pimentel (17 anos), o mais difícil de tudo foi arranjar as soluções para os problemas identificados. A aluna do 11.º J e membro do Grupo S reconheceu que “o trabalho dos  políticos não é fácil”, mas que as propostas que todos os grupos apresentam têm “pernas para andar”.

“Fomos diretos ao que era pedido e ficamos com a sensação que estavam empenhados e interessados nas nossas ideias”.

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