Habitação concentrava cerca de 39% da despesa média das famílias em 2022
19 de jun. de 2024, 17:20
— Lusa
Os resultados do
Inquérito às Despesas das Famílias 2022/2023 evidenciam que a despesa
anual média associada à habitação ascendeu a 9.390 euros, enquanto a
alimentação situou-se em 3.091 euros e os transportes rondaram os 2.888
euros. O inquérito do INE permitiu também
saber que as despesas com restaurantes e alojamento representaram 8,6%
dos gastos anuais médios das famílias.Em
termos de território nacional, o estudo indica que foi direcionada uma
“menor parcela da despesa das famílias” para a cultura, recreação,
deporto e lazer e aos serviços de educação nas áreas predominantemente
rurais.O inquérito permitiu também
concluir que a despesa anual média foi mais elevada na Área
Metropolitana de Lisboa (26.891 euros) e que o Algarve superou a média
nacional.Também o Alentejo e, com menor
expressão, a Área Metropolitana de Lisboa se distanciaram da média
nacional, sobretudo pelo peso das despesas em habitação – menor do que a
média nacional, no caso do Alentejo (33,4% face aos 39,3% de média
nacional), e maior que a média nacional, no caso da Área Metropolitana
de Lisboa (43,8%).No Algarve e na Região
Autónoma da Madeira destacam-se ainda comportamentos diferentes quanto
às despesas com alimentação, que assumiram, no total da despesa média
das famílias, maior (14,2%) e menor peso (11,6%), respetivamente, do que
a média nacional (12,9%). Pelo contrário,
a despesa média regional mais baixa observou-se na Região Autónoma dos
Açores (19.431 euros), que também apresentou “o perfil regional de
despesa mais distante da média nacional”, segundo o estudo.Os
resultados sugerem ainda que os agregados familiares com crianças
dependentes gastam anualmente, em média, mais 9.731 euros que aqueles
que não têm crianças dependentes, o que se traduz numa despesa mensal
média superior em 811 euros. As famílias
pertencentes ao último quintil de rendimento (20% das famílias com
maiores rendimentos) gastaram mais do dobro dos agregados familiares
integrados no primeiro quintil de rendimento (20% das famílias com
menores rendimentos).A proporção de
despesas com saúde superiores a 10% do rendimento observou-se sobretudo
nas famílias sem crianças dependentes (14,1%), enquanto no caso das
famílias com crianças dependentes, aquela proporção foi de 7,7%.As
despesas com saúde nas famílias com idosos, especialmente nas pessoas
idosas a viver só, por seu turno, representaram 20,4% dos gastos totais,
enquanto no caso das despesas de saúde nas famílias com dois ou mais
adultos, em que pelo menos um é idoso, corresponderam a 16,9%, segundo
as conclusões do inquérito realizado pelo INE.