Açoriano Oriental
Guterres pede que se evite situação “fora de controlo” no conflito sírio

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu no Conselho de Segurança que se evite uma situação “fora de controlo" na Síria, mas também que se evite um agravamento do sofrimento do povo sírio.


Autor: Lusa/AO online

“Insto todos os Estados-membros [a] que mostrem moderação nestas perigosas circunstâncias”, disse Guterres, no início de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, requerida pela Rússia, após os ataques realizados hoje de madrugada pelos Estados Unidos, em conjunto com o Reino Unido e a França, contra alvos na Síria.

Os EUA, a França e o Reino Unido realizaram hoje de madrugada uma série de ataques com mísseis contra três alvos associados à produção e armazenamento de armas químicas na Síria, em resposta a um alegado ataque com armas químicas na cidade rebelde de Douma, em Ghouta Oriental, nos arredores de Damasco.

O presumível ataque químico foi realizado faz hoje uma semana e terá provocado mais de 40 mortos e afetado cerca de 500 pessoas.

Na mesma intervenção, o secretário-geral da ONU afirmou que a Síria é atualmente a ameaça mais séria à paz e à segurança internacionais, defendendo que os acontecimentos no território sírio exigem uma solução política e não militar.

"Não há uma solução militar para esta crise, a solução deve ser política", declarou Guterres, dirigindo-se diretamente aos Estados membros do Conselho de Segurança: “Precisamos de acelerar o processo político”.

António Guterres disse ainda estar dececionado com o facto de o Conselho de Segurança da ONU ter “falhado num acordo para um mecanismo eficaz contra o uso de armas químicas na Síria".

"Peço aos membros que cumpram as suas obrigações", frisou o ex-primeiro-ministro português, que assumiu a liderança das Nações Unidas em janeiro de 2017.

Guterres disse que a situação na Síria pede uma “investigação completa”, confirmando que uma equipa de peritos da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) está operacional no terreno para começar a investigar o alegado ataque químico em Douma.

A reunião de hoje, a quinta deste órgão de decisão máximo das Nações Unidas num período de uma semana, foi pedida pela Rússia, aliado tradicional do regime sírio, horas depois da realização dos ataques.

Pouco antes desta reunião, a Rússia distribuiu um projeto de resolução em que pede à ONU que condene a “agressão” armada ocidental contra a Síria.


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