Autor: Lusa/AO online
“O nosso primeiro ponto de situação é a nossa progressão na carreira profissional. Entramos como manipuladoras [categoria profissional] e chegamos à idade da reforma sempre igual”, disse Maria do Carmo Andrade, dirigente sindical, em declarações aos jornalistas, acrescentando que o protesto é também uma forma de solidariedade para com os colegas do Pico.
“Hoje foram eles, amanhã podemos ser nós”, acrescentou.
O pré-aviso da greve de hoje foi entregue pelo Sindicato dos Trabalhadores de Alimentação, Bebidas e Similares, Comércio, Escritórios e Serviços dos Açores (SABCES/Açores) e abarca a totalidade de trabalhadores da fábrica de Rabo de Peixe, na ilha de São Miguel.
Os funcionários reclamam a "dignificação da categoria de manipuladora", a "progressão na carreira profissional", querem o combate da "desigualdade de género", pedem a "contratação coletiva" e mostram-se ainda solidários em relação aos despedimentos recentes na outra fábrica na região da Cofaco - dona, por exemplo, da marca Bom Petisco -, na Madalena do Pico.
No caso da fábrica na ilha do Pico, a conserveira anunciou no início de janeiro o despedimento da totalidade dos trabalhadores - mais de 160 -, prometendo a readmissão no futuro, aquando da construção de uma nova unidade, da maioria dos quadros.
Segundo a dirigente sindical, às 08:00 locais (mais uma hora em Lisboa) só tinham entrado na fábrica de Rabo de Peixe nove funcionárias.
“E às 09:00 não entrou ninguém e assim sucessivamente. Penso que não vai entrar mais ninguém hoje. Neste momento está muito pouca gente na fábrica”, adiantou ainda.