Autor: Miguel Bettencourt Mota
O evento Tremor Todo-o-Terreno já esgotou as inscrições. Portanto, há curiosidade em perceber o que é que a Marlene Ribeiro e o Paddy Shine - enquanto versão duo dos Gnod - irão apresentar. O que têm pensado?
Nós ainda não temos tudo em concreto, mas será uma peça livre e vamos improvisar com vários sons. Vai ser num estilo de terapia de som, num estilo mais ambiente. Estamos um pouco limitados com o que poderemos levar para São Miguel, mas devemos recorrer vários samples dos instrumentos que temos em casa.
O que irão compor musicalmente será criado de raiz e em contexto de residência na ilha ou já trazem algo preparado?
Já temos algo idealizado, mas só quando chegarmos aí é que vamos montar a peça...
...O objetivo é também deixarem que São Miguel vos aponte alguns caminhos sonoros?
As ideias vão connosco e depois aí é que veremos o que usar ou não... O resultado será mais ou menos improvisado e (claro!) inspirado pela natureza da ilha.
Em que é que este projeto Tír na Gnod se distancia de Gnod?Este é um projeto novo. Claro que nós já tocámos juntos há anos e, portanto, será novo de uma forma, mas de outra não. Mas sim, será o primeiro concerto de Tír na Gnod...
...Tír na Gnod porquê? O que motivou a escolha do nome?
O nome é um trocadilho e é inspirado na mitologia celta Tír na nÓg...Uma terra encantada na qual os Deuses que a habitavam tinham o poder da eterna juventude. Então, ninguém envelhecia, ou ficava doente...Como eu e o Paddy nos mudámos para a Irlanda há uns meses atrás e avançámos para um projeto novo numa casa no campo, os nossos amigos começaram a brincar connosco e chamaram-nos Tir na Gnod... Assim ficou!
Agora aplicaram-no na vossa vinda a São Miguel. O que esperam encontrar por cá?
Muita beleza [risos]! Nós nunca visitámos os Açores e como amantes da natureza estamos muito empolgados com o facto de podermos conhecer São Miguel.
Os concertos e locais surpresa do Tremor Estufa suscitam-nos sempre muita curiosidade...Poderemos esperar ouvir Negra Branca, o seu projeto a solo, nesta edição do festival?
Vai ser só Tir na Gnod. Não vou fazer nada com Negra Branca, desta vez, mas nunca se sabe no futuro...
Apesar de ser a primeira vez que vai estar nos Açores, como é voltar para tocar no seu país?
Há sempre um sentimento especial. Eu saí de Portugal tinha quinze anos e comecei a tocar música na Inglaterra, onde tive mais oportunidades. Agora, de cada vez que volto, para mim, é um sonho! Ter essa oportunidade é óptimo.