Açoriano Oriental
No Arquipélago
Concerto junta Banda Militar e Orquestra da Escola Secundária da Ribeira Grande (vídeo)

A Orquestra da Escola Secundária da Ribeira Grande e a Banda Militar dos Açores protagonizam esta sexta-feira, pelas 21h00, um concerto singular no Centro de Artes Contemporâneas – Arquipélago, localizado na Ribeira Grande. E singular porquê?

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Autor: Miguel Bettencourt Mota

Na verdade, o espectáculo vai espelhar o resultado de um estágio de cinco dias realizado pela orquestra escolar da cidade nortenha, no Campo Militar de São Gonçalo, em Ponta Delgada. Numa experiência muito próxima do ‘internato’, os alunos viveram de perto o quotidiano castrense e puderam aprimorar técnicas e conhecimentos musicais, junto dos músicos profissionais da Banda Militar dos Açores.


"Nós estamos aqui [no quartel] desde segunda-feira e o objetivo não passou apenas pela vertente musical; passou também pela socialização, comunicação, por se aprender a estar em grupo e nos concertos, e a saber ouvir...Isso tudo foi trabalhado”, deu conta a diretora artística da orquestra, acrescentando que os alunos comprometeram-se a cumprir “com todas as regras militares” durante o período


O concerto será, por isso, especial, ou a maioria dos elementos da formação musical da escola ribeira-grandense não fossem também amadores.


"Eles não são alunos de música (...), eles são de várias turmas e de vários cursos da escola e dispendem do seu tempo – tanto eles, como eu – para se dedicarem à música. Por isso, estamos perante algo pioneiro e muito mais ainda o é quando vemos a Banda Militar juntar-se ao projeto", referiu Cristina Ventura, professora de Música na Escola Secundária da Ribeira Grande.



Poder-se-á estranhar a natureza da iniciativa e questionar-se o porquê de levar alunos que gostam de música a vivenciarem de forma tão estrita o dia-a-dia militar, mas a docente explica que os dois mundos – aparentemente antagónicos – têm mais aspectos a uni-los do que propriamente a separá-los.


"Um músico é um militar acima de tudo, por isso, cumprimos horas, regras", afirmou Cristina Ventura, que registou mudanças no grupo desde que se iniciou a experiência.


"Eu conheço-os e sinto a mudança acontecer no sentido de se tornarem ainda melhores pessoas. Se forem melhores pessoas, tenho a certeza que serão melhores profissionais", rematou.


Os membros da orquestra, tal como os que compõem a Banda Militar dos Açores, estiveram sob a batuta do alferes e maestro Hélio Soares.


Também em declarações a este jornal, o militar saudou a iniciativa e sinalizou que os jovens da secundária da ribeira mostraram-se à altura dos ensaios realizados na sala da Banda Militar dos Açores.


"O concerto vai ser já de um nível muito acima do que eles estão acostumados, mas penso que eles, durante a semana, mostraram ser capazes de nos acompanhar", disse o alferes, adiantando que o espectáculo será "eclético" e visitará temas de jazz, corais e de bandas sonoras de filmes.


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