Autor: Lusa/AO Online
"Ao nível do hospital, as obras que eram necessárias fazer foram feitas. O Governo Regional co-financiou o investimento da empresa e portanto agora trata-se de toda a outra componente que tem a ver com a própria empresa, que é a contratação de recursos humanos, que nós também sabemos que nesta área é difícil, porque não há especialistas suficientes no país e, por outro lado, tem a ver com a questão da casuística", apontou.
Rui Luís falava, em declarações à Lusa, em reação às acusações do líder regional do CDS-PP, que hoje, após uma visita ao Hospital da Ilha Terceira, disse que a unidade ainda não estava a funcionar por "decisão política".
"A administração também não percebe e o que nos foi dito é que é uma decisão política. Mais uma vez é o senhor presidente do Governo Regional e o senhor secretário regional da Saúde que têm de resolver a radioterapia: ou querem ou não querem? Foi-nos dito que era uma decisão política", salientou Artur Lima, líder do CDS-PP/Açores.
O secretário regional da Saúde rejeitou que se tratasse de uma "mera questão política", alegando que o executivo açoriano criou "todas as condições para que o investimento privado fosse realizado nos Açores".
A única clínica de radio-oncologia dos Açores, da empresa Joaquim Chaves Saúde, está a funcionar desde março de 2016, em Ponta Delgada.
O anterior secretário regional da Saúde, Luís Cabral, anunciou que o Hospital da Ilha Terceira teria também uma unidade de radioterapia, gerida pela mesma empresa, a funcionar em 2016.
Em fevereiro de 2017, o atual secretário regional da Saúde, Rui Luís, disse que o licenciamento da unidade deveria estar concluído no espaço de um mês.
Segundo Rui Luís, o executivo açoriano tem vindo a "acompanhar" o desenrolar desse trabalho, mas compreende os motivos que levaram a empresa a adiar a abertura da unidade na ilha Terceira.
"Ainda não estão criadas as condições por parte da empresa para abrir de facto aqui na ilha Terceira", frisou.
O secretário regional da Saúde disse que por ano surgem 1.100 novos casos de cancro nos Açores e que a casuística necessária para garantir a qualidade e a segurança dos tratamentos é de 550 a 660 casos, mas em 2017 foram tratados em Ponta Delgada apenas 344 utentes.
"Se ainda nem sequer estamos a conseguir atingir os limites mínimos na clínica de Ponta Delgada, percebemos que haja alguma dificuldade da parte da empresa em garantir a segurança nos tratamentos, pelo facto de não haver casuística suficiente nos Açores", salientou.
Segundo Rui Luís, a tutela está a criar protocolos de referenciação entre os três hospitais e protocolos de diagnóstico e tratamento comuns para aumentar o número de tratamentos de radioterapia realizados nos Açores.
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